Depois de registrar dois anos de queda, o setor gráfico deve apresentar recuperação de 10% a 12% em 2018. Esta é a avaliação do consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) para a indústria gráfica da América Latina, Silvio Araújo Netto, que participou do XVI Seminário da Indústria Gráfica do Norte e Nordeste, realizado no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), na quarta-feira, 22.11.
Promovido pelo Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado da Bahia (Sigeb), em parceria com o SENAI Cimatec e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Bahia (Sebrae-BA), o seminário encerrou o calendário de ações do Sigeb para 2017. “É uma oportunidade para que os empresários possam se atualizar sobre temas relevantes para o setor”, comentou o presidente do sindicato e vice-presidente da FIEB, Josair Bastos, na abertura do evento, que também contou com a presença do diretor técnico do Sebrae-BA, Franklin Santos e do coordenador de indústria do Sebrae, Tércio Calmon.
Aproximar os empresários do setor das soluções tecnológicas disponíveis no mercado também foi um dos objetivos do evento. “A ideia é promover uma discussão sobre a importância de reposicionamento das indústrias gráficas com foco nas tendências tecnológicas que já estão presentes em outros segmentos industriais”, explica o gerente da área gráfica do SENAI, Sérgio Martins.
DESAFIOS
As perspectivas e desafios para o setor gráfico foram apresentados aos empresários pelo consultor Silvio Araújo Netto, que apontou a necessidade de melhoria de gestão dos negócios nas áreas financeira, de produção e de mercado. “O empresário gráfico não tem uma vivência maior na área de gestão de produção, de melhora de processos. Por isso existem gargalos que precisam ser tratados”, pontuou.
Um deles é relacionado ao processo produtivo. Silvio Araújo Netto pontua que o tempo de acerto de máquina, que é o intervalo entre o término de um trabalho e o início de outro, ainda é lento. “Temos máquinas com velocidade excelente, porém o setup compromete a produtividade. Isso por falta de planejamento e treinamento. Esses pontos comprometem a rentabilidade do setor”, avalia o consultor.
Segundo ele, um avanço que deve colaborar para reduzir o tempo de setup é a impressão digital. “A impressora digital comanda diretamente do computador para o papel. Este advento vai mudar profundamente o panorama de comunicação na mídia impressa, reduzindo custos e cortando processos”, explica.
NOVOS SERVIÇOS
Outras tendências para o setor foram apresentadas pelo consultor na área gráfica Hamilton Terni Costa, que falou sobre a necessidade de se incorporar mais serviços, oferecendo algo além do produto impresso. Ele cita como exemplo uma empresa de São Paulo, voltada para a área de embalagens, que fornece um conjunto de serviços para o cliente, como logística e distribuição, por exemplo.
“Além de fabricar a embalagem, esta empresa distribui a embalagem do cliente em qualquer ponto do Brasil e tem também um sistema de previsão de demanda para os clientes”, conta, lembrando que o crescimento deste tipo de serviço será cada vez mais comum. “Ás vezes os gráficos ficam preocupados essencialmente com aquilo que têm que produzir, mas é preciso começar a pensar em serviços que podem agregar aos materiais impressos”, alerta.
Fonte: FIEB.